
No sábado 19 de julho de 2025, Camaragibe foi palco de dois novos homicídios, somando-se ao recente triplo assassinato de adolescentes em 30 de junho, no bairro Jardim Primavera — três jovens entre 16 e 17 anos brutalmente executados dentro de casa e outras ocorrências semelhantes no período.
Esses episódios refletem um ciclo trágico: em junho, Pernambuco registrou o maior número de mortes de adolescentes desde 2018, com 15 jovens baleados na Região Metropolitana, segundo O Diário de Pernambuco, embasado nos dados do Instituto Fogo Cruzado .
📄 O que dizem os dados do Fogo Cruzado
Pernambuco está entre os estados com crescimento de mortes violentas entre jovens – mais de 800 adolescentes vítimas de violência armada nos últimos 8 anos, incluindo outros 10 por mês só na Grande Recife .
Em 2024, na RMR, o Instituto registrou 88 tiroteios em Camaragibe e outros índices alarmantes de adolescentes baleados no entorno — estatísticas que mostram uma violência urbana que não dá trégua.
O que está por trás dessa tragédia?
1. Ausência de políticas públicas preventivas eficazes
Não bastasse a criminalidade, temos a falta de programas voltados para jovens já em situação de vício ou aliciados pelo tráfico, sem projetos concretos de prevenção ao uso de drogas ou engajamento comunitário. As fronteiras da consciência preventiva ainda são frágeis.
2. Legislação reativa, não proativa
O Fogo Cruzado enfatiza a urgência da obsessão por dados sobre violência armada, mas também contesta a óbvia demora estatal em converter informação em ação real .
3. Silêncio institucional e invisibilidade da juventude
Moradores relatam que, nas periferias, jovens são “peões de um jogo de violência” — descartáveis. Esse abandono silencioso contribui para a perpetuação da tragédia.
🎤 Camaragibe Agora: imprensa comunitária em alerta
O Instagram do Canal Camaragibe Agora vem sendo importante fonte de denúncia, com flagrantes e apelos por justiça nas redes, se tornou comum, apelos de famílias buscando adolescentes desaparecidos em um contexto que na maioria das vezes há drogas por trás. Mas além do trabalho de divulgação, precisa haver eco na esfera pública, com ações, não apenas registros.
✊ E agora, o que fazer?
1. Fiscalização e investigação imediatas
A Prefeitura precisa atuar com força tarefa e garantir respostas urgentes às famílias, cadastrando cada vítima como possibilidade de política pública.
2. Projetos de prevenção estrutural
É hora de investimento massivo em programas de prevenção ao uso de drogas na adolescência, envolvendo escolas, assistência social e voluntariado comunitário.
3. Participação social imediata
Mobilização de coletivos, conselhos de juventude, e a imprensa cidadã, com apoio de Camaragibe Agora, são vitais para pressionar e propor agendas reais e efetivas.
✅ Conclusão
A cada nome e foto de jovens mortos no tapete da impunidade, cresce também a urgência de uma resposta que vá além da compaixão tardia. É possível e necessário encarar a raiz do problema — drogas, exclusão, abandono — com políticas públicas agressivas de prevenção, dialogadas com dados e com a comunidade.
Se há revolta, que ela se transforme em ação coletiva: para que Camaragibe não seja apenas um número, mas um lugar onde os sonhos dos jovens possam sim resistir — sem balas, sem morte.
Por Hely Cruz
@helycruzreporter
