
Aldeia, esse pedaço charmoso de Camaragibe que mistura verde, história e um jeitinho próprio de viver, está prestes a encarar um dos finais de semana mais simbólicos dos últimos anos. De um lado, um sonho antigo saindo do papel. Do outro, um megaevento que promete calor, música e… trânsito, muito trânsito.
Nesta sexta-feira (05), finalmente será assinada a tão esperada ordem de serviço para a requalificação da PE-27, a famosa Estrada de Aldeia. Um desejo que atravessou décadas e que agora, enfim, entra na rota da execução. E não é pouca coisa: estamos falando de uma rodovia pavimentada lá no comecinho da década de 1970, que carrega 37,5 quilômetros de extensão, divididos em dois trechos — o primeiro, do entroncamento com a PE-005 até o km 19,5, em Chã de Cruz; o segundo, do km 19,5 ao km 37,5, seguindo até a PE-041, antigamente só terra batida.
Para os moradores, essa assinatura representa muito mais que uma obra. É dignidade. É mobilidade. É desenvolvimento. É a sensação de que Aldeia está sendo vista.
E é preciso reconhecer um ponto importante nesse processo: a governadora Raquel Lyra tem sido peça central para que esse avanço saia da promessa e vire realidade. Através de uma articulação firme com o deputado João de Nadegi e com o prefeito Diego Cabral, Camaragibe vem recebendo um pacote de intervenções como há muito tempo não se via — obras, investimentos, melhorias estruturais e uma visão mais ampla de futuro para o município. Essa parceria, ao que tudo indica, tem colocado a cidade numa rota inédita de protagonismo.
Mas como tudo em Pernambuco, quando a notícia é boa… sempre vem acompanhada de outros ingredientes.
Junto com a ordem de serviço, chega também o Festival “Pernambuco é Meu País – Verão”, no km 10,5, atraindo multidões de várias cidades: Camaragibe, Paudalho, Abreu e Lima, São Lourenço da Mata e quem mais decidir mergulhar nesse mar de atrações.
E aí surge a grande pergunta: Aldeia está preparada?
Porque sejamos francos: mesmo com a assinatura da obra hoje, a estrada não está pronta para receber um evento de grande porte. Ela é um paraíso natural, mas sua estrutura continua frágil. Estreita, cansada, subdimensionada um reflexo da incompetência de gestões municipais e estaduais passadas, que nunca olharam para Aldeia como deviam. Basta um volume um pouco acima da média para travar tudo.
Agora imagine um fluxo massivo de veículos, vans, ônibus, ambulantes, turistas e locais — tudo isso num bairro que já vive congestionado em feriado comum.
A sensação é que Aldeia vai viver dias de céu azul e dias de tempestade no mesmo final de semana.
Um misto de esperança e caos.
De boa notícia e dor de cabeça.
De progresso e estresse.
Talvez este seja, realmente, o maior teste da história recente da região.
Um verdadeiro crash test urbano para o bairro mais valorizado e, ao mesmo tempo, mais vulnerável de Camaragibe.
E a pergunta que não quer calar é inevitável:
quem pensou esse calendário?
Será que faz sentido anunciar uma requalificação justamente no mesmo momento em que um megaevento coloca a estrutura atual à prova?
Aldeia vai precisar mostrar resiliência.
Os órgãos públicos, agilidade.
E nós, moradores e jornalistas, um olhar atento — muito atento.
Neste fim de semana, estaremos nas ruas, acompanhando tudo de perto no Camaragibe Agora, trazendo o pulso real da movimentação, os impactos, os pontos críticos e, claro, como Aldeia vai se comportar nessa prova de fogo.
Porque uma coisa é certa:
este não será um fim de semana qualquer.
Será um divisor de águas para percebermos se Aldeia está pronta para o futuro que tanto deseja — um futuro que, desta vez, conta com uma rede de lideranças alinhadas, investimentos concretos e uma força política que há muito tempo Camaragibe não via.
Por Hely Cruz
#camaragibeagora





